Dia da Consciência Negra: João Beto, homem morto por seguranças do Carrefour, é lembrado em protesto na capital mineira

Mais de 100 pessoas se reuniram frente ao supermercado localizado na região central de BH

O Dia da Consciência Negra (20/11) está sendo marcado por protestos na capital mineira. Com a participação do Rapper Djonga, o ato tem como slogan “Nossas vidas importam! Parem de nos Matar!”.

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Aproximadamente 100 pessoas participaram do protesto
Aproximadamente 100 pessoas participaram do protesto – Foto: Shirley Barroso

João Beto, homenageado por um grupo de protestantes em Belo Horizonte, era negro e tinha 40 anos. Ele foi espancado e, consequentemente, morto por seguranças que trabalhavam na rede de supermercados Carrefour em Porto Alegre. Não é à toa que a repercussão do caso fez com que a brutalidade fosse lembrada no Dia da Consciência Negra.

O caso João Beto lembrado no Dia da Consciência Negra na capital mineira

Desde as 15:00 desta sexta (20/11) que o grupo dos manifestantes vem protestando em frente ao Carrefour, na região central de BH.  João Alberto Freitas, faleceu no Estado do Rio Grande do Sul, mais especificamente na cidade de Porto Alegre.

Segundo informações repassadas pela PM (Polícia Militar), o homem fazia compras com sua esposa no Carrefour. Começou-se repentinamente a discussão com uma das funcionárias do estabelecimento. Os colaboradores da empresa terceirizada prestadora de serviços de segurança contiveram o homem. Então, o espancaram até que ele chegou a falecer.

O protesto teve início, como citado, às 15:00 em frente à loja da Rua Guajajaras com Rua Afonso Pena. Fecharam-se as portas do supermercado cerca de dez minutos depois.

Aproximadamente 100 pessoas se reuniram para participar do ato organizado pelo Dia da Consciência Negra pelo Núcleo Rosa Egípciaca Negros, Negras e Indígenas. Nesse ínterim, alguns partidos políticos e movimentos sociais aderiram ao movimento, inclusive o rapper Djonga, que estava entre os protestantes.

A manifestação continuou

Sabendo que o caso do João Beto não é um tipo de caso isolado, a manifestação continuou. São inúmeros “joãos”, mas também “marias” que morrem todos os dias, segundo os gritos dos protestantes que andavam pelas ruas de Belo Horizonte.

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Djonga, inclusive, comentou que o dia de hoje era para ser de comemoração, de celebração. Mas, infelizmente, esse tipo de acontecimento acaba reafirmando a necessidade da luta dos negros no Brasil.

Às 16:00, os manifestantes acabaram seguindo na direção do outro estabelecimento do Carrefour. Este fica localizado nos arredores da Rua São Paulo.

Chegando lá, os protestantes decidiram entrar, se manifestando com gritos que diziam: “Não consigo respirar. Parem de nos matar”. A PM ficou observando na área externa do shopping, pronta para intervir caso necessário.

Ademais, às 17:00, os manifestantes foram se dispersando para os arredores da Praça Sete. Segundo a coordenadora-geral do DCE UFMG Luiza Datas, que também é membro do Rosa Egípciaca, este protesto é simbólico.

O ato tem intervenções pacíficas políticas, bem como palavras de ordem que denunciam um genocídio dos negros. Além disso, a denúncia é também sobre o racismo estrutural.

A rede Carrefour, em nota, informou que lamenta o caso. A apuração dos fatos será interna, tal como a tomada das devidas providências. Dessa forma, haverá a punição legal do responsável.

Atribuiu-se o crime aos seguranças, portanto, o supermercado rompeu o contrato com a empresa terceirizada. Assim, o Dia da Consciência Negra continua sendo celebrado e a morte de João Beto, protestada.

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