Nápoles dá adeus ao seu ídolo Diego Maradona
Nápoles dá adeus ao seu ídolo Diego Armando Maradona
A torcida do Nápoles fez uma peregrinação silenciosa e muito comovente em frente à curva B do estádio San Paolo de Nápoles, onde centenas de napolitanos se despediram nesta quinta-feira, dia 26 de novembro, com altares improvisados e muitas lágrimas de Diego Armando Maradona.
O Atacante e ídolo mundial, Diego Armando Maradona, também foi ídolo de uma cidade que se identifica com sua vida extravagante e, ao mesmo tempo, trágica.
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O desfile foi composto pela maioria de homens, quase todos com máscara em virtude da pandemia da Covid-19.
De vez em quando, o silêncio era interrompido pelos aplausos e gritos:
“Diego, Diego, Diego”.
A torcida transformou o estádio San Paolo de Nápoles em um santuário em memória do craque argentino. Havia centenas de velas, rosas, azuis, fotos, lenços e camisetas. Assim, diversos pertences foram colocadas em frente ao estádio, que foi a verdadeira casa de Maradona em Nápoles.
Um fã e torcedor chamado Rosário, de 77 anos, que é conhecido por ser o poeta do estádio, barbeiro na juventude e que vive em frente ao San Paolo desde 1954, recitou uma poesia que compôs ontem, após receber a notícia da morte de Maradona.
“Adeus, ciao Diego”, gritou em lágrimas.
Na parte externa da entrada do estádio, colocaram uma longa faixa que diz:
“Ao rei imortal, tua bandeira não deixará de balançar”.
Amor imortal
Mais um torcedor chamado Gino, de 48 anos, se emocionou na TV AFP-TV e disse:
“Não esperávamos sua morte. Nós não escolhemos o Maradona, foi ele quem escolheu Nápoles”.
Diego Armando Maradona tem o amor imortal de Nápoles, pois liderou o time do Napoli ao título em duas ocasiões. Os títulos Italianos foram em 1987 e 1990, que também foram marcados por luzes e sombras, futebol e máfia.
Outro admirador, chamado Antonio, disse à TV AFP-TV:
“Sua vida privada nunca importou para nós”
Ele evitou falar do que fez o ídolo argentino fora dos gramados em sua passagem pelo Napoli de 1984 a 1991. Que foi muito marcada também pelas festas noturnas, confusões sentimentais e, principalmente, pelo seu vício em cocaína.
E acabou conhecendo e mantendo relações com a Camorra, a máfia napolitana. Na noite quarta-feira, dia 25 de novembro, passou um documentário de 2008 no canal 7 da televisão italiana sobe Diego Armando Maradona.
Este documentário foi dirigido por Emir Kustirica e, nele, Maradona diz:
“Representei no sul uma parte da Itália que não contava”
No jornal da capital do sul da Itália, chamado II Mattino, Nápoles é agora o Túmulo de Maradona. As autoridades impediram grandes manifestações devido ao confinamento que limita as movimentações na região que é fortemente afetada pela Covid-19.
O jornal de esquerda Il Manifesto escreveu:
Apesar disso, o luto é sentido. “O Rei”, o “imortal”, o “Deus” será lembrado como “o eterno rebelde que trouxe felicidade e redimiu uma humanidade desesperada e sofrida”, transformado hoje em um “símbolo de liberdade”.
O jogador Gianmpiero disse emocionado, diante o futuro estádio, que levará o nome da lenda argentina:
“O último herói dos últimos”, que com o futebol uniu uma cidade, pobres e ricos, agora “joga com os anjos, que o querem como capitão, para que os leve à vitória como só ele sabe fazer”.
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