Guilherme Boulos será investigado com base na Lei de Segurança Nacional; entenda
Lei vem sendo comumente utilizada contra críticos do governo
Nesta quarta-feira (21/04) o professor e político Guilherme Boulos disse, em um post do Twitter, que foi intimado pela Polícia Federal tendo como base a Lei de Segurança Nacional devido a uma outra publicação dirigida ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A lei, criada ainda no período da Ditadura Militar, define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social. Entre os crimes previstos está ofender a reputação, caluniar ou difamar o presidente da República, os presidentes do Senado, da Câmara e do Superior Tribunal Federal ( STF).
Boulos será investigado sob a Lei de Segurança Nacional devido a um post que completou um ano
Mais cedo, Boulos informou publicamente que foi intimado pela PF devido uma publicação no seu perfil do Twitter em que disse:
Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina…
A publicação em questão, feita em 20 de abril do ano passado, não agradou o presidente que, por sua vez, acionou a PF que conseguiu abrir uma investigação baseada na Lei de Segurança Nacional.
Após receber a intimação, Boulos postou em seu Twitter que a perseguição do governo não tem limites. A publicação teve enorme apoio da população e da oposição.
Fui intimado pela PF na Lei de Segurança Nacional por um tuíte sobre Bolsonaro. A perseguição deste governo não tem limites. Não vão nos intimidar!
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) April 21, 2021
Rogério Correia, deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) prestou apoio a Boulos e escreveu em seu perfil:
Toda o apoio ao @GuilhermeBoulos, ameaçado pela lei de segurança nacional por criticar o genocida. Não existe um dia de paz com este governo. Só ameaças contra a democracia, roubalheira, retirada de direitos, devastação ambiental e bravatas.#ForaSalles #ForaBolsonaroGenocida
— Rogério Correia (@RogerioCorreia_) April 21, 2021
Na ocasião do post em que Boulos fez um “lembrete” ao presidente, Bolsonaro havia participado de um ato em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, em que manifestantes pediram intervenção militar no país e o presidente disse: “Eu sou a Constituição”.
Em resposta, Boulos escreveu o tweet que foi interpretado como “ameaça” pelo presidente e apoiadores.
Assim sendo, Boulos deverá apresentar-se à superintendência da PF em São Paulo no próximo dia 29, às 16 horas.
A Lei de Segurança Nacional vem sendo utilizada pelo presidente frente às críticas que recebe com relação à sua gestão.
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